sexta-feira, 29 de junho de 2012

A Ascensão E Queda Da Death Row Records

Até hoje, não sei como não escreveram um livro sobre essa história.
Talvez para quem não curte, não tenha muita importância, mas na história da música, foi extremamente significativa.



No final da década de 80 e início da década de 90, o gênero Gangsta Rap (gangsta de gangster mesmo, uma gíria no meio do Hip Hop) começou a se alastrar nos Estados Unidos, inicialmente cantado por N.W.A., Ice-T, e mais tarde, por tantos outros.

Nessa febre crescente, porém engatinhando, Suge Knight, membro de uma das gangues mais temidas de Los Angeles, os Bloods, se juntou ao então jovem recém saído do N.W.A, André "Dr. Dre" Young, e fundaram a Death Row Records.

Dr. Dre: um dos fundadores da Death Row Records, mas o primeiro a pular fora.


Hoje parece bobeira, mas naquela época, fundar um selo independente, ainda mais de músicos negros cantando Rap, não era coisa simples. Porém foi um sucesso inesperado. 
Dr. Dre lançou seu 1º disco solo, "The Chronic" e descobriu o rapaz magrelo, chamado Calvin Broadus, que passou a ser conhecido como Snoop Doggy Dogg.

Snoop Doggy Dogg: do anonimato para a fama.


Snoop logo gravou seu 1º disco, "Doggystyle", e as vendas da Death Row estouraram.
Até então, a Death Row Records deu oportunidades para vários outros rappers, que passaram a integrar o quadro de artistas de uma gravadora independente em ascensão.
Tudo isso ocorreu entre 1991 e início de 1995.

Nesse meio tempo, um outro astro do Rap se envolvia em vários problemas com a justiça.
Tupac Shakur havia sido condenado por suspeita de estupro, e estava em um ótimo momento de sua carreira, lançado seu 4º álbum, "Me Against the World", e ficaria pelo menos 2 anos preso.

Suge Knight já conhecia Tupac, e ofereceu uma proposta para o rapper: se assinasse um contrato com a gravadora, que seria de 3 discos, Knight pagaria sua fiança de 1 milhão e meio de dólares.
Shakur aceitou, e saiu da cadeia direto para os estúdios começar a gravar o que seria considerado o melhor álbum de Gangsta Rap da história: o disco "All Eyez on Me".

Da esquerda para direita: Snoop, Dr. Dre (acima), Suge Knight (abaixo) e Tupac Shakur:
Os Gangstas da Death Row Records.


Suge e Tupac se tornaram inseparáveis. A partir de certo ponto, o termo Gangsta ficou muito conhecido, e todos na gravadora começaram agir como tal. Tupac e os outros rappers começaram a escrever letras cada vez mais pesadas, o que apenas acentuou o termo Gangsta Rap.
Brigas com outras gravadoras, como a Bad Boy Records do rapper Puffy Daddy e seu amigo Notorious BIG, começou logo após Tupac ser baleado e preso. Talvez impulsionado por Suge, Shakur comçou a escrever letras provocativas, deixando a situação ainda mais tensa.

Capa do The New York Times: Death Row Records, o "poderoso chefão" do Gangsta Rap e seus valores familiares:
Da esquerda para direita: Tupac Shakur, Suge Knight e Snoop Doggy Dogg.


Começou uma verdadeira guerra: a Death Row Records representava a costa oeste americana, e a Bad Boy Records representava a costa leste.

A Death Row se tornou sinônimo de poder: mexeu com alguém da gravadora? Estava morto.
Ofendeu a costa oeste? Caixão.
Retaliações tanto nas músicas quanto nas ruas. Foi uma época difícil para o cenário musical da época.
Conta-se que até sala de tortura a Death Row tinha.

Notorious BIG e Puffy Daddy comandavam a Bad Boy Records .


Depois do fato, Dr. Dre abandonou a gravadora, e fundou a Aftermatch Records, onde lançou Eminem, 50 Cent etc. Claro que não podiam faltar músicas para crucificar o "traidor", vindas de sua antiga gravadora, entre elas, a música "To Live and Die in L.A.", que Tupac gravou sob seu novo pseudônimo, Makaveli.

A queda se iniciou em setembro de 1996, na luta de Mike Tyson.
Suge Knight e Tupac Shakur estavam na 1ª fila, e encontraram um membro de uma gangue rival de Knight, um cara chamado Orlando Anderson, que era da gangue Crip.

Tupac algumas horas antes de ser baleado.


Rolou uma briga, e na saída da luta, o carro que Shakur e Knight estavam foi metralhado.
Tupac Shakur faleceu 7 dias depois no hospital em Las Vegas, vítima da violência que ele mesmo pregou na Death Row Records.

Última foto de Tupac vivo: Knight levou um tiro de raspão na cabeça,
e Shakur foi baleado 5 vezes.





Logo após isso, Snoop sai da gravadora também, e passou por uma série de outras gravadoras, porém mais inofencivas. Hoje, é diretor da Priority Records. 


A Death Row abriu pedido de falência em 2008, mas já em 1998, 10 anos antes, já não fazia metade do sucesso anterior. Suge Knight já foi preso umas duas vezes, e o assassinato de Tupac ainda não foi resolvido. Em uma entrevista, que pode ser vista no Youtube, Snoop diz que Tupac foi assassinado por Suge Knight, em uma conspiração. Shakur já havia alterado seu pseudônimo para Makaveli realmente pensando em abandonar a gravadora.

A Death Row Records marcou época no meio musical.
Pena que foi mais conhecida por meio da violência, do que pelos maiores rappers que usaram seus estúdios.

9 comentários:

  1. Gostei do post, tirei algumas dúvidas.
    Vlw ;)

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. mt bom..
    tm tirou algumas duvidas minhas sobre a gravadora..
    e tbm me trouxe mais conhecimento sobre

    ResponderExcluir
  4. Relmente, muito interessante! Gostei da iniciativa, parabéns! :D

    ResponderExcluir
  5. Só uma coisa, não foi o Suge que pagou a fiança do Tupac, foi a parceria que a Deathrow fez com a Interscope de Iovine (que tinha parceria com a TimeWarner) que disponibilizou o dinheiro para liberar o pac.

    ResponderExcluir
  6. Depois de 22 anos, descobriram o que já se suspeitavam, Orlando Anderson dos crips, o mesmo que apanhou da banca do Tupac na mesma noite, foi quem disparou os tiros para matá-lo naquela noite em Las Vegas

    ResponderExcluir